BRASIL CONFIA EM JOGADORES LOCAIS NAS ELIMINATÓRIAS DA COPA DO MUNDO E ARGENTINA ENFRENTA BOLÍVIA EM ASCENSÃO
Atualizado em 14 de outubro de 2024 às 15h48 GMT-4
SÃO PAULO, Brasil (AP) — Sem Neymar, sem Vinícius Júnior, sem problemas para o Brasil.
Dois jogadores do Botafogo, gigante local, salvaram o Brasil e o técnico Dorival Júnior de mais um vexame na última sexta-feira, com uma vitória apertada por 2-1 sobre o Chile nas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2026.
Sob pressão de torcedores e até do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Júnior deve dar mais tempo de jogo aos atacantes do Botafogo, Igor Jesus e Luiz Henrique, que foram os responsáveis pelos gols em Santiago. Jesus, e não o atacante do Real Madrid, Endrick, deverá começar mais uma vez como centroavante, enquanto Henrique é uma opção provável para substituir Savinho no segundo tempo.
Se não fossem os gols de ambos, uma quarta derrota consecutiva nas eliminatórias poderia significar o começo do fim para o técnico Júnior, que assumiu a seleção brasileira apenas em janeiro.
De acordo com o treino de segunda-feira, Júnior pode optar por outro jogador local para substituir o suspenso Lucas Paquetá. O meio-campista do Flamengo, Gerson, pode ser a escolha para reforçar a equipe fisicamente contra o Peru, em Brasília, na noite de terça-feira.
Outros dois jogadores novos também devem figurar no time titular do Brasil: o lateral-direito Vanderson, substituindo Danilo, e o meio-campista André, que ocupará o lugar de Bruno Guimarães.
A virada proporcionada pelos jogadores do Botafogo reacendeu um velho debate no Brasil: a seleção deve ser composta apenas por jogadores das grandes ligas europeias para as competições principais? O presidente Lula deu sua opinião.
“Eu estava assistindo (Brasil x Chile) e só conhecia o goleiro (Ederson), o defensor do PSG (Marquinhos), o Rodrygo e o Raphinha, que reconheci pelo estilo do cabelo”, disse Lula em entrevista à rádio CBN. “Eu não conhecia esses jogadores. Devem convocar os que jogam aqui no Brasil para a seleção.”
Desde que assumiu, Júnior convocou 20 jogadores que atuam no Brasil. O jogo de terça-feira pode fortalecer o caso para outros talentos locais, como o lateral-esquerdo Alex Telles, do Botafogo, e o meio-campista Matheus Pereira, do Cruzeiro.
O Brasil subiu para a quarta posição nas eliminatórias, com 13 pontos, atrás da Argentina de Lionel Messi (19), da Colômbia (16) e do Uruguai (15).
ARGENTINA ENFRENTA BOLÍVIA EM ASCENSÃO
A Argentina lidera a classificação, mas está sob um pouco de pressão ao receber a Bolívia em Buenos Aires na terça-feira. Os argentinos conquistaram apenas um ponto nos últimos dois jogos das eliminatórias: uma derrota por 2-1 para a Colômbia e um empate por 1-1 contra a Venezuela.
O defensor Cristian Romero substituirá Germán Pezzella, que cumpriu suspensão. O meio-campista Alexis Mac Allister, que não jogou contra a Venezuela, é uma provável substituição para Thiago Almada. E os atacantes Lautaro Martínez e Julián Álvarez estão disputando uma vaga no time titular.
A Bolívia apresenta uma atitude diferente em relação ao time que perdeu para a Argentina por 3-0 em La Paz no início das eliminatórias, no ano passado.
Sob o comando do novo técnico Óscar Villegas e com a mudança para o Estádio Municipal de El Alto, a 4.150 metros de altitude, a Bolívia venceu suas últimas três partidas nas eliminatórias contra Venezuela, Chile e Colômbia.
A Bolívia subiu para a quinta posição, dentro dos seis primeiros lugares que garantem a vaga direta para a Copa do Mundo. A última vez que os bolivianos se classificaram para o torneio mundial foi em 1994.
BIELSA SOB PRESSÃO
Ainda na terça-feira, o técnico do Uruguai, Marcelo Bielsa, estará no centro das atenções quando o time receber o Equador.
Jogadores passados e atuais criticaram os métodos de Bielsa, e a derrota por 1-0 para o Peru na última sexta-feira aumentou a pressão sobre o treinador.
“Eu sei que minha autoridade foi, de alguma forma, afetada”, disse Bielsa após a derrota em Lima.
O técnico do Equador, Sebastián Becaccece, defendeu Bielsa, seu compatriota argentino. Becaccece afirmou em uma entrevista coletiva que vê Bielsa “como um pai do futebol” e “uma referência não só na minha carreira, mas também na minha vida”. —registre-se agora